Na última década do século XIX, Paris recebeu uma curiosa leva de migrantes brasileiros. Uns, como a família imperial e a sua corte, foram desterrados pelo golpe militar que proclamara a república em 1889. Outros, republicanos de primeira hora, exilaram-se na França, fugindo dos abusos da República da Espada. Por fim, chegaram os empresários e financistas que haviam participado do Encilhamento, a primeira bolha financeira do Brasil, com suas catastróficas consequências. Em CAFEÍNA, primeiro romance histórico do autor, essa Paris do fim do século, no auge da Belle Époque, serve de cenário para a trajetória de dois personagens – brasileiros e antagônicos.
O primeiro, um jovem mulato, Sebastião Constantino do Rosário, filho de um padre francês com uma escrava, refugia-se em Paris depois de acusado de um crime que não cometeu. O segundo, o barão Antônio Lopes de Carvalho, abandona o Brasil para escapar de um processo de estelionato movido pelo governo do marechal Floriano.