“Não acorde os monstros,” a mãe dizia quando se cansava de ouvir os gritos do filho. “Não acorde os monstros,” ela repetia. Os monstros se pareciam com todos os homens daquela família: dormiam em camas confortáveis, tomavam café da manhã, brincavam com os filhos, trabalhavam, bebiam, voltavam tarde para casa, brigavam com a mesma força que faziam amor, voltavam a dormir. Monstros que podiam ser vistos em qualquer espelho da casa.