A ONDA ITALIANA QUE NÃO ACABA

 

A ONDA ITALIANA QUE NÃO ACABA

Anna Luiza está de volta a SP depois de mês e meio de Itália, enquanto Miguel Sader continua por lá, agora de férias na relativamente inexplorada Puglia, o salto da bota, mas a onda italiana da agência não acaba. Os dois livros que chegaram juntos esta semana a título de cortesia dos editores, no caso Autêntica e Leya, estão entre os melhores lançamentos de 2024 e têm a marca da grande produção literária que vem da Itália.

A FILHA DO PAPA (@autenticaeditora), do Nobel Dario Fo, é um romance biográfico que traz uma visão original e heterodoxa de Lucrécia Borgia. Dizendo que nada fez “além de procurar a verdade histórica” sobre a personagem, Fo apresenta uma mulher inteligente, culta e generosa, em vez da clássica figura diabólica e incestuosa, imoral e assassina de seus maridos.

Já PERGUNTE A SHAKESPEARE (@editoraleyabrasil), de Cesare Catà, é um ensaio genial e erudito, que mostra como o maior dos dramaturgos ocidentais contemplou os mais dolorosos e pungentes dilemas da alma humana. Um livro que pode até ser apresentado como autoajuda, mas que servirá melhor àqueles que contem com algum repertório sobre Shakespeare e psicanálise. Não se trata de autoajuda ingênua e bobinha. Catà esmiuça como o Bardo explorou a ansiedade e a insegurança pessoal em Otelo; ou apresentou o sentimento de inadequação que tanto dilacera as pessoas em Hamlet; o medo de amar surge em Romeu e Julieta; o narcisismo destrutivo e a desilusão com a humanidade estão em Macbeth; um gás na autoestima pode ser obtido com a leitura atenta de Henrique V.

PERGUNTE A SHAKESPEARE, que foi para Luciana Villas-Boas a melhor leitura de 2023, terá em breve resenha nas mídia sociais e no blog da LVB & Co assinada pelo economista e professor Alberto Flaksman, que já foi produtor de cinema e homem de teatro, sublinhando os aspectos mais iluminadores da obra de Catà. Ambos os livros foram representados no Brasil por LVB & Co em nome do Grupo Editorial Mauri Spagnol, com a encantadora Viviana Vuscovich na direção do departamento de direitos.