Autor do COMPÊNDIO MÍTICO DO RIO DE JANEIRO (Record) e de O ENIGMA DE QAF, Alberto Mussa compartilha sua leitura do romance O ÚLTIMO ENDEREÇO DE EÇA DE QUEIROZ (Companhia das Letras), do colega de agência Miguel Sanches Neto.
Ler um livro de Miguel Sanches Neto é sempre uma surpresa boa. E esse O ÚLTIMO ENDEREÇO DE EÇA DE QUEIROZ me pegou desde a primeira cena, que é simplesmente esplêndida, além de muito engraçada.
A história está centrada em Rodrigo (personagem muito solitária, como outras do mesmo Miguel) que vai a Portugal para se tornar escritor. Lá, ele se depara casualmente com Txel, mulher por quem se apaixona. Ambos estão em busca de lugares literários, por motivos distintos: ele, para estar nos ambientes por onde passaram os grandes autores; ela, para fazer um catálogo turístico. Com o sumiço de Txel, Rodrigo passa a buscá-la. É nesse ponto que estou.
É um romance sobre a busca: de uma língua, de uma nacionalidade, de uma literatura, do amor, do sexo, do sentido da vida. Tudo isso naquele estilo límpido, saboroso, que alçou Miguel Sanches Neto à cena principal da ficção brasileira.