Angélica Lopes

Angélica Lopes é escritora, roteirista e jornalista com mais de 20 anos de experiência na área de ficção. Tem vasta obra composta por 20 livros voltados ao público jovem e publicados por editoras como Rocco, Leya, Zit, Escrita Fina e Lê. Entre eles, o romance MANOO TATTOO – selo altamente recomendável da FNLI – a Fundação Nacional de Literatura Infantil – e um dos selecionados para a Feira Internacional do Livro de Bolonha 2011; e 74 DIAS PARA O FIM, escolhido em 2013 para integrar o catálogo alemão White Ravens, que reúne os melhores títulos lançados no mundo.
Na TV, escreveu novelas (“Deus salve o Rei”), séries (“Cine Holliúdy”, “A cara do pai”, “SOS emergência”) e programas de humor, como “Tá no ar – a tv na tv” (Prêmio APCA 2010) . No cinema, assinou seis longa-metragens. O mais recente, “Eu sou mais eu”, conquistou o prêmio de Melhor Longa-Metragem 2020 da Academia Brasileira de Cinema na categoria Escolha do Público. “Divórcio” levou a categoria Melhor Comédia da mesma premçiação em 2019. Como jornalista, foi repórter e editora nos jornais O Dia e Extra e em revistas da Editora Globo. A MALDIÇÃO DAS FLORES representa seu ingresso na literatura adulta e foi traduzido ou está em processo de tradução em cinco países.
A MALDIÇÃO DAS FLORES
Um véu de renda chega às mãos da jovem e rebelde Alice, no Rio de Janeiro. Junto com ele, vem à tona uma história de violência doméstica ocorrida cem anos antes, no interior de Pernambuco, envolvendo suas antepassadas. Tudo tem origem em 1918, numa pequena cidade localizada no Vale do Rio Pajeú. Ali uma família de rendeiras conhecidas como “as Flores” vive sob uma sombria maldição: todos os homens que cruzam seu caminho_ sejam pais, filhos, irmãos ou maridos_ morrem prematuramente. Mera coincidência ou trágico destino, as mortes oferecem às Flores uma rotina sem a presença de figuras masculinas. Se, por um lado, essa ausência provoca solidão e desconfiança do povo da região, por outro, faz com que as Flores se mantenham livres para tomar suas próprias decisões. Na casa de janelas azuis onde pássaros voam sem gaiolas, um grupo de rendeiras vai criando cotidianamente laços de amizade e companheirismo. Por ali circulam personagens como Tia Firmina, católica fervorosa e guardiã de um segredo do passado; a viúva Carmelita, sempre saudosa de seus mortos; a espevitada Vitorina, que tenta moldar o futuro com leveza; a sensível Cândida, que percebe o mundo pelos sons; e, finalmente, a centrada Inês, que arrisca tudo para ajudar a amiga Eugênia, obrigada a casar com um coronel poderoso e violento.
Apesar de seu temperamento responsável e comedido, Inês Flores toma para si a missão de salvar Eugênia dos maus tratos do marido. As duas jovens criam um código de renda para se comunicarem por meio de colchas e toalhas e arquitetarem um plano de fuga sem levantar suspeitas. O drama dessas duas jovens de 1918 é trazido à tona quando o véu repleto de mensagens codificadas é presenteado à combativa Alice, nascida numa época em que a questão feminista já avançou, mas nem tanto. Curiosa para entender a trajetória de suas ancestrais, Alice vai recolhendo e remendando os fragmentos desse passado e entende que, mesmo quando pareciam não ter voz, as Flores nunca se calaram. Na trama de suas rendas, encontraram uma maneira de se fazer ouvir.

Status/publicação: pela Planeta em junho de 2022, pela Mondadori (Itália) em janeiro de 2023, por Le Seuil (França) em abril de 2024 e pela Kobiece (Polônia) em maio de 2024. A sair pela Amazon Crossing (EUA - direitos mundiais de inglês) em julho de 2024. Vendido para a Porto (Portugal), para Remzi Kitabevi (Turquia) e Humanitas (Romênia). Direitos audiovisuais adquiridos pela Pródigo. [256 páginas)