Gustavo Sierra

Gustavo Sierra é jornalista e escritor com mais de 40 anos de experiência internacional. Ele atuou como correspondente de guerra, pioneiro multimídia e correspondente especial para o Clarín, CNN, Univison, Telemundo, NBC News, Telenoticias e Infobae. Suas coberturas incluem as guerras do Afeganistão, Iraque e Ucrânia, além de uma reportagem dentro do presídio de Guantánamo, outra sobre a guerra dos narcóticos no México, a cobertura do colapso de Wall Street em 2008, e uma perseguição a Osama bin Laden na fronteira do Afeganistão com o Paquistão.
Seu trabalho jornalístico recebeu prêmios importantes como o Moors Cabot, da Universidade de Columbia, em 2008; o The Wellington Foundation em 2005, sob um júri liderado por José Saramago; o SIP/Wall Street Journal de jornalismo digital em 2010; o da Asociación de Corresponsales Extranjeros de España em 2003; o do Congreso Iberoamericano de Periodismo Digital em 2004; o Konex em 2007; e o FOPEA/Investigación Periodística em 2015. Ele é autor de diversos livros, entre eles EL 68, de 2018; LOS CHICOS DEL ISIS, de 2016; SINALOA-MEDELLÍN-ROSARIO, de 2014; EL CARTEL DE BAGRAM, de 2012; KABUL, BAGDAD, TEHÉRAN, de 2006; e BAJO LAS BOMBAS, de 2003. Sierra tem mestrado em Comunicação pela Universidade de Boston.
BERLINER, O VINGADOR DE TREBLINKA
Foram 850 mil judeus assassinados no campo de concentração de Treblinka, e apenas um nazista foi morto no local, resultado da ação heroica do judeu polonês-argentino Meir Berliner, que se tornou símbolo da resistência ao nazismo. Apesar de seu ato heróico, Berliner tem um passado escuso na Argentina, onde atuou por anos a fio na máfia judaica que traficava jovens polonesas para serem prostituídas na América do Sul. Gustavo Sierra passou dez anos investigando a vida de Berliner e a reconstrói em todos os detalhes num livro que questiona as noções de vítima vs. algoz, herói vs. vilão, a partir dessa narrativa real e surreal.
Depois de anos na contravenção na América do Sul, Berliner se apaixonou por uma das jovens prostituídas, casou-se com ela e teve uma filha, tentando deixar tudo para trás, mas foi perseguido pela Justiça. Escapou da Argentina para o Uruguai e de lá para o Brasil, de onde decidiu, na época da Segunda Guerra Mundial, retornar à Polônia natal. Lá, foi confinado no gueto de Varsóvia, depois enviado para Treblinka com a família no âmbito da Solução Final. Sua esposa e sua filha acabaram logo assassinadas nas câmaras de gás, enquanto ele, devido a sua constituição física, foi encaminhado aos trabalhos forçados. Berliner ainda tentou organizar um levante no campo, mas não conseguiu apoio, terminando por planejar e executar sozinho seu ato final de vingança.

Status/Publicação: Publicado pela Marea (Argentina) em setembro de 2024. [200 páginas] Original argentino.