Depois de matar, Júlio Santana reza dez ave-marias e vinte pai-nossos para pedir perdão a Deus. Tem medo de acabar no inferno. Sem ideologias, Júlio mata por ofício. Uma profissão que aprendeu em família, com seu tio Cícero, que lhe passou um trabalho aos 17 anos. Em 35 anos de carreira, Júlio matou exatas 492 pessoas, registrando todos os seus “serviços” em um caderninho cuja capa tinha um desenho do Pato Donald. Para retratar a vida desse intrigante personagem, o jornalista e escritor Klester Cavalcanti faz o matador respirar e assombrar o leitor com sua frieza. Em O NOME DA MORTE, todos os personagens são reais e têm seus nomes verdadeiros revelados. Especialmente, Júlio Santana, cujos dramas, sonhos, paixões e fraquezas também aparecem na história.
Assim, o leitor descobre que o mesmo indivíduo que ganha a vida tirando a vida de outras pessoas é bom filho, pai amoroso e marido fiel e apaixonado. Tudo isso numa trajetória que se confunde com a do Brasil, passando por dois episódios marcantes da história recente do país: a Guerrilha do Araguaia e o garimpo de Serra Pelada. Pela primeira vez, um pistoleiro mostra seu rosto e conta sua vida. Mais do que a denúncia da impunidade e o desnudamento das engrenagens da viciada máquina Brasil, O NOME DA MORTE narra a surpreendente vida de um garoto que tinha tudo para se tornar um pescador – como seu pai e seu avô –, mas que acabou virando o maior matador profissional de que se tem notícia no mundo.