ENTREVISTA: LARISSA CALDIN

Larissa Caldin é Coordenadora Editorial da Primavera.

VB&M: Qual tem sido para você o maior desafio da quarentena?

LC: O maior desafio dessa quarentena, no sentido profissional, tem sido engajar nossos parceiros a entrarem em um cenário de transformação digital e inovação junto à editora, mostrando que criar essa rede de colaboração pode ser essencial para a sobrevivência de toda a cadeia neste momento. Manter a equipe motivada também é um desafio diário e exige o esforço de “não deixar a peteca cair”.

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VB&M: Quais as propostas e soluções mais interessantes que você pensou ou registrou?

LC: Estamos focando nas parcerias e cross-business. Criamos o Ramalhete de Leitura – um clube de leitura virtual que entrega uma experiência para o leitor, e já estamos trabalhando com parceiros de vinhos, café, pão e até bebida árabe. Também demos o pontapé inicial para o Pétalas Literárias – um projeto que sairá em breve. Fizemos uma curadoria em nosso catálogo de quais títulos têm partes que fazem sentido individualmente, sem a necessidade de uma explicação predecessora. Ofereceremos, portanto, uma nova forma de consumir conteúdo, pensando tanto na liberdade quanto no bolso do leitor.

VB&M: Qual a sua visão do mercado em 2021?

LC: Por mais conservador que o mercado editorial seja, nós somos criativos, e acredito que a criatividade nos salvará. Vejo que essa crise chacoalhou e mostrou a necessidade de profissionalização, inovação, mas também de colaboração. Caiu por terra a ideia de feudos do mercado, precisamos de todos – do pequeno ao grande – fazendo, juntos, essa roda girar. Em 2021, creio que a comunicação entre os players do setor será mais fácil – hoje vemos agentes da Alemanha fazendo reuniões por videoconferências, reuniões que, antes, aconteciam apenas duas vezes ao ano nas grandes feiras – e, consequentemente, nos fortaleceremos com maior disseminação de informação e novidades. Não será um caminho fácil para a recuperação, mas eu acredito nele.