Izabel Aleixo, editora de aquisições da Leya desde 2018, atuante no mercado editorial há mais de 20 anos, está preocupada com o estado de seu principal instrumento de trabalho, a língua portuguesa. Tendo em seu currículo como editora e tradutora obras de grandes autores como João Guimarães Rosa, Thomas Mann, Joan Didion, Khaled Hosseini e Thrity Umrigar, além de ser responsável por best sellers como os romances de Amanda Lovelace e Helen Russell, Izabel se vê hoje como uma ativista pela preservação da língua e conclama seus colegas de mercado editorial a assinar um pacto pela adoção de práticas que melhorem o português dos livros publicados no Brasil. Nesta CONVERSA COM (A) GENTE, Izabel discorre sobre sua preocupação com o idioma – que é também imensa para VB&M e daí a importância desta entrevista para toda a agência. O que assusta é o processo de deterioração que o português brasileiro vem sofrendo nos últimos anos, até no que concerne a escritores e outros profissionais que trabalham com a língua: “Isso é muito sintomático: não aceitamos um jogador de futebol que não saiba bater um pênalti ou um escanteio, ou um músico que não conheça as notas musicais, mas aceitamos jornalistas, publicitários e escritores que não conhecem o básico da língua”. Depois de lançar o interessante conceito de “monocultura linguística” e de apresentar uma análise das consequências nefastas da progressiva insensibilidade da população em relação a seu próprio idioma, desafiada a oferecer caminhos para contornar o problema, ela argumenta que é importante resistir ao erro: “É necessário dar um retorno crítico ao trabalho malfeito, o que é uma outra dificuldade hoje em dia, todo mundo tem dificuldade de dar e receber críticas, talvez mais uma contribuição do mundo virtual e seus sucessos incríveis e instantâneos, vindos do nada, onde todo mundo ‘faz sempre o seu melhor’. Quando todo mundo faz sempre o seu melhor, não há lugar para melhorias”.
VB&M: Por que você diz que a língua portuguesa precisa urgentemente de um movimento por sua preservação?
IA: Hoje em dia, em todos os veículos de informação, inclusive nos livros, venho percebendo um profundo desconhecimento da nossa língua e também um certo descaso ou permissividade – são as únicas palavras que me vêm à cabeça – em relação aos erros que são assumidos, sem nenhuma reflexão, como forma de mantermos a coloquialidade. Em nome de um texto que agrade a todos, que possa gerar inúmeras “curtidas”, sejam elas virtuais ou físicas, fizemos a opção pelo registro do “todo mundo fala assim”. E nessa tentativa de aproximar o texto da maneira como as pessoas estão falando, seja na vida real ou nas redes sociais e na internet, estamos legitimando todos os erros que cometemos. O mais grave dessa situação é que estamos nos esquecendo de que são erros. Estamos perdendo completamente um padrão mínimo.
Quando eu estava me preparando para fazer o vestibular, os professores pediam aos alunos para que lessem jornais e revistas e observassem as normas gramaticais e a composição de um texto bem escrito. Hoje em dia, isso não é mais possível. Nem uma coisa nem outra. Há uma homogeneização da forma de falar e de escrever que está corroendo as estruturas da nossa língua. Os vídeos, os blogs, os posts, as matérias nos jornais, a publicidade e, infelizmente, até mesmo os livros estão cedendo a todos os erros considerados “coloquiais”, só que, como tudo o mais, a força de disseminação da internet e as redes sociais fizeram esses erros crescerem e se estabelecerem por toda a parte. Atualmente quando a gente na editora corrige o texto de um autor, principalmente dos autores iniciantes e de livros mais esporádicos – daqueles que não necessariamente querem construir uma obra literária seja ela de não ficção ou de ficção –, é comum que eles desconfiem da correção: “Isso está errado?? Como assim? Eu vejo escrito desse jeito em todo lugar”.
Eu tenho me referido a essa homogeneização como “monocultura linguística”. Entendemos bem isso em relação ao meio ambiente: a biodiversidade gera mais vida. Da mesma forma, quando uma língua preserva as suas variantes, ela é mais rica, permite um falar e um escrever com mais sutilezas. Sem falar na beleza, na possibilidade criativa do texto, no ritmo e na sonoridade das frases. A variante culta, como é chamada a língua da gramática, é uma variante, e estamos abrindo completamente mão dela.
A língua é viva, pode e deve incorporar novas referências, novas palavras, novos usos, mas, quando fazemos isso sem consciência e na velocidade com que está sendo feito hoje em dia, apenas corrompemos suas estruturas. Não há vigor criativo nesse processo. Noutro dia, li um livro excelente, cuja trama se passa nas décadas de 1950 e 1960, mas cujos diálogos continham os erros de fala cometidos hoje em dia. As personagens nas décadas de 1950 e 1960 falavam cometendo os mesmos erros que cometemos hoje, na década de 2020. Havia uma oportunidade muito clara de não se fazer isso, já que o tempo da narrativa era outro. Mas os erros já estão tão incorporados em nós, que ninguém achou aquilo estranho.
VB&M: Quais os barbarismos mais cruéis nos jornais e na mídia em geral que a deixam consternada?
IA: O desaparecimento lento e gradual de modos verbais, como o subjuntivo e o imperativo, por exemplo. E também, um caso bem específico, o desaparecimento da partícula “se”, principalmente dos verbos pronominais e reflexivos. Nos últimos meses, foi um festival de “eu vacinei”, “ele vacinou”, “nós vacinamos” e, vocês podem reparar, não é só desse verbo, que agora está “na moda”, que o pronome “se” desapareceu. De uns tempos para cá, nós estamos “apaixonando”, “formando na faculdade”, “aposentando”, “preocupando” etc. Esse sumiço deixou de ser uma marca regional, ou uma marca pop, brincalhona, das redes sociais, e se disseminou nas falas em todos os ambientes e, infelizmente, nos textos escritos também.
Além disso, vejo recorrentemente o uso incorreto de preposições na nossa própria língua! Ontem mesmo vi num programa de entrevista na televisão alguém dizendo que tinha “comentado algo para uma outra pessoa” e não com a outra. Posso citar aqui também o ótimo exemplo que a Anna Luiza Cardoso da agência, destacou noutro dia, num maravilhoso encontro que tivemos, ela, Luciana Villas Boas, Leila Name, diretora geral da LeYa Brasil, e eu, em que conversamos sobre isso também: as pessoas estão se apaixonando no livro, na música, no filme, e não mais pelo livro, pela música, pelo filme.
Quando estamos aprendendo uma língua estrangeira, o uso das preposições às vezes é um desafio, porque nos lembramos, inconscientemente, da nossa língua materna e usamos a mesma preposição, regendo um determinado verbo ou adjetivo na outra língua. Ver os brasileiros errando as preposições na sua própria língua, algo que aprendemos naturalmente, à medida que vamos crescendo e aprendendo a falar, me assusta, me deixa bem preocupada com o futuro da nossa habilidade de nos comunicarmos e gerarmos beleza e arte nos textos escritos.
Outra questão que é muito decisiva nessa corrosão das estruturas são as más traduções. Lemos muitos livros traduzidos, e isso afeta muito, e principalmente, as crianças e os jovens. As traduções malfeitas decalcam expressões e estruturas de línguas estrangeiras diretamente para o português. No caso, fazemos isso majoritariamente do inglês, porque traduzimos muito mais do inglês do que de qualquer outra língua. Peguei a expressão “decalque” da excelente tradutora Debora Fleck, que recentemente promoveu uma mentoria sobre tradução, em que essas e outras questões foram abordadas. Isso é muito sério! Tenho percebido que, por exemplo, estamos usando muito mais a voz passiva, característica do inglês, do que a voz ativa, caraterística do português. Tenho visto muitas frases como “É pedido aos candidatos que cheguem pontualmente ao local das provas” em vez de “Pede-se aos candidatos que cheguem pontualmente ao local das provas” (e olhem o sumiço do pronome “se” novamente). Esse tipo de construção num texto escrito longo, como no caso dos livros, faz a leitura ficar truncada, difícil de ser assimilada e, no caso da ficção, compromete também a criação de imagens na cabeça do leitor. E sem essa criação de imagens há uma boa chance de que o leitor não goste do livro, não prossiga na leitura, sem nem saber por que ele está achando o texto “arrastado”, “difícil”. No caso das expressões que se decalcam do inglês para a língua portuguesa – sem que tradutores e editores também, no trabalho seguinte à tradução, procurem uma expressão própria da língua portuguesa para dizer exatamente a mesma coisa –, posso citar uma que tenho visto com frequência, também em programas de televisão e textos jornalísticos: “Fulano se colocou nos sapatos de Sicrano”. Em bom português, essa frase seria “Fulano se colocou na pele de Sicrano”, aliás, uma expressão muito mais bonita, muito mais visceral.
Esse decalque está se tornando tão profundo, que hoje vejo textos escritos em português que me parecem ser (mal) traduzidos. Aquela questão de estarmos substituindo demais as palavras da nossa língua por palavras em inglês, como, por exemplo, os já famosos case, budget, call, mindset, é de mau gosto, claro, muito desagradável, mas eu diria que é apenas a superfície desse problema.
VB&M: Como fazer para atenuar a gravidade desse quadro de analfabetismo generalizado?
IA: Eu não chamaria esse fenômeno de analfabetismo, para que a gente não confunda as coisas. O analfabetismo é um problema grave da sociedade brasileira e reflexo da sua desigualdade imensa e absurda, algo muito sério. Não é no meio das pessoas que não têm acesso a quase nada – incluindo aí, nesse amplo nada, a uma educação de qualidade –, que esse fenômeno está acontecendo. O desconhecimento, o descompromisso com o erro e agora também a incapacidade de enxergar o erro, porque todo mundo está falando e escrevendo assim, está no meio da elite intelectual do nosso país, nas pessoas que querem escrever livros, nos jornalistas, nos publicitários. Pessoas que frequentaram a universidade, muitas vezes fizeram até pós-graduação, mas escrevem muito mal, estruturalmente mal, com muitos erros, corrompem as estruturas da língua e estabelecem parâmetro algum para quem quer aprender a escrever ou falar. Para mim isso também deveria ser uma responsabilidade social, já que essas pessoas, nesse nosso país desigual, tiveram o privilégio de conhecer a língua em sua variante culta e de estudar.
VB&M: Que tipo de erro de português mais reflete a incompreensão do idioma, mais revela uma total insensibilidade linguística?
IA: O tipo que corrompe as estruturas da língua. Corrigir um erro de português aqui e ali não é o problema. O problema são os textos truncados, que decalcam estruturas e expressões do inglês, que é uma língua que veneramos, mas, na maioria das vezes, aprendemos mal também. O problema são os textos escritos em português que parecem (mal) traduzidos.
Agora na pandemia vimos a explosão dos cursos de inglês online que invariavelmente prometem que isso vai dar um gás nas nossas carreiras profissionais. Acho que estamos precisando de aulas de português primeiro. Tem até um vídeo do canal de Youtube Porta dos Fundos que brinca com essa situação: numa entrevista de emprego pedem ao candidato que conjugue um verbo na segunda pessoa do plural. O humor sempre é visionário. Talvez estejamos precisando exatamente disso agora: pedir aos candidatos, aos mais variados empregos, e claro, observando o grau de formação que se exige para esse emprego, um amplo domínio da nossa língua portuguesa. Quanto mais formação exigirmos, maior domínio da língua portuguesa o candidato deveria ter, por que não?
Mas eu mesma vou responder a essa pergunta: porque nós nos convencemos já há algum tempo que aprender português é muito difícil, quase impossível, e atestamos a nossa incapacidade de ensinar e de aprender, abrindo mão das regras. Não posso acreditar que aprender bem uma língua, a nossa língua, seja mais difícil do que tantas coisas inacreditáveis que um ser humano consegue fazer.
Noutro dia eu estava escrevendo um e-mail para um agente literário e fui checar uma estrutura da língua inglesa que eu queria usar no texto e, na internet, me deparei com uma propaganda de um aplicativo para os nativos de língua inglesa. No vídeo, jovens prestes a se formar na universidade querem aprimorar suas falas e seus textos para garantir um melhor desempenho no mercado de trabalho e recorrem ao tal aplicativo. Eles sabem que uma coisa são os posts, as mensagens de texto, os e-mails trocados com amigos etc. Outra coisa são os trabalhos de fim de curso, os relatórios, os memorandos, os e-mails trocados com chefes e clientes, os textos que publicarão em jornais e livros. Claro, o anúncio era para o mercado americano, tinha essa coisa clichê de melhorar o desempenho no mercado de trabalho. Mas estou achando isso até bom, que seja pelo menos por isso. Acredito, porém, que entender a nossa língua vai muito mais além, nos aprimora como seres humanos.
No Brasil, infelizmente, nem os candidatos a escritores querem ter um amplo domínio da língua portuguesa. É uma pena: estamos perdendo muito em diversidade, em criatividade e em beleza. Ou até em “feiura” também: uma frase horrenda pode ter o seu lugar na literatura, pode criar um impacto, pode ajudar na composição de uma personagem, mas só se for criada de forma consciente, e não se ela se repetir aleatoriamente a cada linha ou parágrafo.
Isso é muito sintomático: não aceitamos um jogador de futebol que não saiba bater um pênalti ou um escanteio, ou um músico que não conheça as notas musicais, mas aceitamos jornalistas, publicitários e escritores que não conhecem o básico da língua portuguesa.
VB&M: Em sua carreira de mais de 20 anos, quando você percebeu que a língua começava a enfrentar um sério processo de deterioração?
IA: Quando eu passei a deixar de querer comprar livros traduzidos, porque começava a lê-los e já encontrava uma quantidade absurda de erros desse tipo, de corrupção das estruturas do português. Numa ocasião, recomendei um livro editado em português a uma amiga, excelente leitora. Eu tinha lido o livro em inglês e acreditava que ela fosse adorá-lo. Essa amiga depois me disse que não tinha conseguido lê-lo até o final. Fiquei muito surpresa com isso. Mas, aí, peguei o livro em português e entendi totalmente por quê.
Acho que esses mais de 20 anos de carreira estão contribuindo muito para que eu esteja muito preocupada com os rumos que a nossa prosa anda tomando. Em 20 anos, os textos que chegam à editora mudaram muito, e obviamente para pior. De todos os lados: vindo dos nossos próprios colaboradores, dos tradutores e revisores, passando pelas equipes de marketing e imprensa, com seus posts, releases, textos para sites, e chegando, claro, aos autores.
E o trabalho das editoras também mudou muito nesses 20 anos: hoje em dia, encontramos edições em capa dura, com sobrecapa, ilustradas, que vêm numa caixa linda e, quando vamos ler, o texto é simplesmente medonho, mal traduzido e mal editado. Uma inversão completa de valores. Isso me lembra daquelas histórias que a gente escuta por aí de pessoas que compram livros pelas cores das capas, para compor a decoração.
VB&M: Você percebe a crise do brasileiro com seu idioma até na escrita de autores profissionais?
IA: Infelizmente, sim. Principalmente na escrita daqueles que não são autores de “carreira”, que escrevem um livro de oportunidade, coisa que o mercado editorial no Brasil adora hoje em dia.
VB&M: Que dicas você tem dado a seus autores? Que dicas você dá em geral às pessoas que ainda querem e valorizam a correta expressão escrita?
IA: Aos autores e também aos editores, tradutores, revisores. Que reajam ao erro. Que não o considerem algo normal. Façam um exercício de criatividade para manter a coloquialidade do texto sem precisar usar os erros que estamos cometendo aos montes na fala e nos textos. E até que pensem em palavras em português para substituir uma estrangeira, quando isso ainda for possível.
Consultar gramáticas e dicionários é importantíssimo, muito mais do que os manuais de redação. Eu entendo que esses manuais ocuparam um espaço, porque as pessoas têm dificuldade de encontrar as suas dúvidas nas gramáticas – outra consequência muito nítida da nossa incapacidade de ensinar e de aprender –, mas os manuais acabaram criando também uma série de regras sem sentido, o que só ajuda a aumentar a confusão. Por exemplo, e quem trabalha comigo hoje em dia estava só esperando eu citar isso – ideia fixa total –, eu não entendo por que não podemos mais contrair num, numa se podemos contrair no, na, naquele, naquela? É a mesma estrutura: preposição com uma consoante nasal no fim + vogal. E o que entendo menos ainda é que a gente adora reproduzir os erros de fala na escrita, mas quando a fala faz a contração, como nesse caso, e a contração é bem-vinda, eufônica, boa para o ritmo da frase, a gente vai lá e a desmancha no texto escrito. E aí podemos criar frases como: “João feriu ela em uma briga”.
Outra sugestão é ler mais livros escritos orginalmente em língua portuguesa. Leiam autores de diversas épocas, observando como a língua era usada nesses livros. Esse é um exercício e tanto.
Eu estou entendendo essa resistência como um tipo de ativismo pela língua portuguesa, uma “espécie ameaçada” hoje em dia. Como em toda situação-limite é preciso fincar o pé, entrar em modo de “tolerância zero”. Deveríamos fazer esse pacto de manutenção da língua, pelo menos nos jornais, revistas e livros. Com o mundo digital, jornais e revistas se tornaram ainda mais voláteis, e mesmo antes tinham um tempo de vida bem mais curto do que os livros. Ainda imprimimos três, cinco, dez mil exemplares físicos (como chamamos agora) de um livro que, com todos os seus erros e o seu texto mal escrito, ficarão voando por aí, dispersos pelo nosso imenso país, ensinando crianças e jovens a escreverem dessa forma. Eu me lembro bem de reproduzir em redações na escola estruturas que via nos livros. Acho que os editores deveriam assumir a liderança desse ativismo pela língua portuguesa e resistir ao que está acontecendo até para que, daqui a 20 anos, autores mais bem preparados cheguem ao mercado. Acho que somos o último bastião nessa luta.
VB&M: Quais são as mais importantes leituras para refinar a compreensão e o uso da língua portuguesa?
IA: Principalmente a leitura dos autores que têm uma obra, que já escreveram vários livros, seja de ficção e ou de não ficção, porque, para além da gramática, aprende-se a escrever – a criar um texto com ritmo, bem concatenado, atraente, que prenda o leitor do início ao fim – escrevendo. Os autores também vão evoluindo ao longo de suas obras. E, no caso dos livros traduzidos, a leitura de livros que tenham bons tradutores, e tradutores que já traduziram vários livros, de preferência, porque, como os autores, eles também vão aprendendo e evoluindo.
Isso, eu sei, é difícil para a avaliação de um leitor comum. Mas, de novo, nós, editores, deveríamos “assinar” esse pacto: valorizar mais os autores stricto sensu, trabalhar com tradutores profissionais, remunerá-los de forma adequada, dar prazos exequíveis, elogiar e destacar na nossa divulgação dos livros o trabalho desses tradutores, e também dar um retorno crítico ao trabalho malfeito entregue, que é uma outra dificuldade hoje em dia. Todo mundo tem dificuldade de dar e receber críticas, talvez mais uma contribuição do mundo virtual e seus sucessos incríveis e instantâneos, vindos do nada, onde todo mundo “faz sempre o seu melhor”. Quando todo mundo faz sempre o seu melhor, não há lugar para melhorias.