LITERALMENTE, SONATA EM AUSCHWITZ

 

LITERALMENTE, SONATA EM AUSCHWITZ

Em tempo de lançamento de BAVIERA TROPICAL, o livro de Betina Anton (@betina_anton) sobre a rede de imigrantes que sustentou o monstro nazista Josef Mengele no Brasil, e nas semanas de preparação pela Buzz de O AMOR À SOMBRA DO HOLOCAUSTO, autoficção de Gabriel Waldman, sobrevivente brasileiro de origem húngaro-judaica que, adolescente em São Paulo nos anos 60, se apaixonou pela filha de um ex-oficial da SS – seria descabido se, na Polônia para a Feira Literária de Cracóvia, Anna Luiza e Miguel não se dessem ao trabalho de conhecer o campo de Auschwitz in loco. E quem encontram na loja de suvenires? SONATA, que é como a equipe da LVB&Co se refere ao belo, pungente romance de Luize Valente (@luizevalente). SONATA EM AUSCHWITZ saiu no Brasil pela Record (@editorarecord) e foi logo vendido para tradução e publicado em vários idiomas, inclusive o polonês, uma realização da editora Bukowy Las e das parceiras de LVB&Co no país, a Macadamia, de Kamila Kanafa, Magda Cabajewska e Anna Kiljan (que, diga-se surpreendentemente, lê português). A reunião com a Bukowy Las será na sexta-feira, e Anna e Miguel terão muito o que atualizar as editoras sobre a autora brasileira. Vale que na loja do campo a edição de SONATA estava bem exposta.

Muitas fotos foram feitas, mas os locais de “trabalho” do “médico” Mengele não estão mais de pé. Anna e Miguel fotografaram grandes paineis que mostram a chegada dos judeus húngaros ao campo. Ainda bem que tiveram a sensatez de não fazerem selfies nesse lugar tenebroso. Dizem ambos que, por mais que se tenha lido sobre o Holocausto, a visita a Auschwitz abre uma perspectiva ainda mais profunda e dolorosa do horror, o pesadelo de no museu passar por salas só de cabelos, só de sapatos, de utensílios de cozinha, levados pelos judeus que pensavam estar sendo apenas realocados, só de pertences de crianças. Creem que essa renovação do sentimento das trevas é necessária. Anna conheceu Dachau ainda menina mas, embora tivesse ficado muito perturbada naquele tempo, afirma que nada prepara para Auschwitz.