O THRILLER DE BELO MONTE

Caio Barros, antropólogo, professor e amigo da agência escolheu comentar o romance MARIA ALTAMIRA (Instante, 2020), da escritora Maria José Silveira, também colega de Antropologia, na Vídeo-Resenha desta semana. Brilhante o comentário de Caio, enriquecedor, sobre um título que foi um dos primeiros a aparecer nesta coluna, há quase um ano. Com o pano de fundo da construção da hidrelétrica de Belo Monte em Altamira, no Pará, o livro narra a história de duas mulheres, mãe e filha, marcadas pelos desastres ambientais que vivenciam, um de ordem natural, outro construído pelo homem. Aleli, a única de sua família a sobreviver ao terremoto na cidade de Yungay, no Peru, viaja sozinha pela América Latina para fugir de seu trauma. Maria Altamira, filha de Aleli com um brasileiro da tribo Juruna, acompanha com indignação as mudanças em sua cidade durante a construção da usina e, já adulta, vai para São Paulo, onde se depara com a realidade dos sem-teto. A resenha do Caio conta bastante do romance, mas não dá spoiler que ameace o incrível suspense da leitura. MARIA ALTAMIRA, com toda sua reflexão antropológica e preocupação com o problema indígena brasileiro, consegue ser um thriller político de alta voltagem.