Yasmin Ribeiro
A editora nova-iorquina Seven Stories Press está preparando para este ano o lançamento da trilogia de diários de Ernesto Guevara – DIÁRIOS DE MOTOCICLETA, DIÁRIO DO CONGO e DIÁRIO BOLIVIANO -, no quadro da primeira publicação em inglês da obra vasta e completíssima do autor, projeto para par de anos. Carro-chefe da trilogia de 2021, que marca o início do grande lançamento da obra completa, DIÁRIOS DE MOTOCICLETA trará prefácio inédito assinado por Walter Salles, diretor da adaptação cinematográfica homônima. Já no ano passado, Ancelmo Gois em sua coluna no jornal O Globo deu a nota sobre o prefácio do Waltinho nessa nova edição do maior best-seller do Che.
Com publicações programadas para junho, julho e agosto, a trilogia incluirá também introduções de Fidel Castro e do ator mexicano Gael García Bernal, que interpretou Che Guevara em “Diários de Motocicleta” (2004). Juntos, os livros compõem minucioso registro dos bastidores da revolução cubana.
Nos últimos meses, direitos de títulos variados da obra de Che foram vendidos pela SSP para a Sérvia (Kosmos), França (Au Diable), Grã-Bretanha (Penguin Press), Turquia (Ithaki) e Alemanha (Kiepenheuer & Witsch). Observa-se claramente um renovado interesse internacional pelo pensamento revolucionário guevariano.
DIÁRIOS DE MOTOCICLETA descreve a jornada do Che, ainda estudante de medicina, pela América Latina, em 1952, sobre uma Norton vintage. Além do prefácio de Walter Salles, o livro da SSP contará com vasto aparato não incluído na edição americana que coincidiu com a estreia do filme em 2004: 24 fotos inéditas tiradas pelo Che, notas, comentários de sua viúva, Aleida Guevara March, e uma introdução do ator cubano Cintio Vitier.
A trilogia permitirá ao leitor conhecer a evolução da personalidade de Ernesta Guevara ao longo da vida. Desde sua exuberância e juventude registradas nos DIÁRIOS DE MOTOCICLETA, passando pelo implacável guerrilheiro de DIÁRIO DO CONGO, até a maturidade adquirida após o declínio de sua saúde em DIÁRIO BOLIVIANO, encontrado em sua mochila quando ele foi capturado pelo exército da Bolívia e que contém seus últimos registros, feitos dois dias antes de seu assassinato em outubro de 1967.
No Brasil, a obra guevariana foi amplamente publicada, jamais na íntegra, por muitas diferentes editoras. Atualmente está em sua maior parte fora de catálogo, podendo ser encontrada em sebos.