Autor de CIDADÃO DE BEM (Qualis), Maurício Gomyde oferece sua Frase Sublinhada em A ROUPA DO CORPO (Record), do colega de agência Francisco Azevedo, o querido Chico, que já se tornou figura fácil nesta coluna, trechos sublinhados de algum de seus quatro romances, sua tetralogia da família brasileira, sempre comparecendo por aqui. Maurício comenta: “Tenho um doce ‘problema’ em ler Francisco Azevedo. Praticamente a cada parágrafo de suas histórias, suspendo a leitura e comento na mente: ‘Não é possível, esse cara escreve demais!’. Não há absolutamente nada fora do lugar, faltando ou em excesso; é poético e contundente; fácil e complexo. É bonito!
Durante a pandemia, passei por questões bem difíceis da paternidade e que motivaram a escolha do tema do meu próximo livro. O trecho escolhido, do ótimo A ROUPA DO CORPO, traduz singelamente tais questões. Nestas poucas palavras destacadas, reflexões sobre o que eu estava passando na minha vida se elevaram. Eu era um ‘Fiapo’ de pai e não tinha notado… Boa literatura é isto: um tapa na cara a cada parágrafo.
Um viva ao mestre Francisco Azevedo!”
“Na escola, pior ainda, comparamos e somos comparados o tempo inteiro — campeonato cruel. A lista de presença acaba em Z, mas a de rótulos e apelidos é interminável. Ameaçados, sofremos com nossos próprios questionários. Que ferramentas afinal nos foram dadas para encararmos o mundo e suas armadilhas? Bem equipados ou não, lá vamos nós, porta afora. Tímidos ou extrovertidos, bagunceiros ou comportados. Uns, brilhantes e ativos. Outros, apagados e preguiçosos. Há os tranquilos, os agitados, os gozadores e os irritadiços… — miríade de personalidades e índoles que vestem o mesmo uniforme. Adianta? Tentativa ingênua de nos modelar iguais, porque o próprio pano já se manifesta diferente em cada um de nós.”
