A ARTE ROUBADA NO SUBMUNDO NAZISTA

OS CAVALOS DE HITLER (De paarden van Hitler, no original), sensacional livro-reportagem do detetive holandês Arthur Brand, vai ser filme com produção da MGM. Brand narrou sua investigação sobre o desaparecimento de três monumentais cavalos de bronze, que Adolf Hitler encomendou para decorar com imponência a fachada da Chancelaria do III Reich. Os cavalos desapareceram completamente durante o longo bombardeio de Berlim na II Guerra Mundial. Publicada em 2019, a saga detetivesca de Brand, conhecido na Europa como o “Indiana Jones do mundo da arte”, acumula elogios da crítica mundo afora e foi descrita por “The Wall Street Journal” como “a mais surpreendente revelação em muitos anos”.

Apesar de não-ficção, a narrativa é digna dos melhores thrillers, com direito a identidade falsa, câmeras escondidas e ex-agentes da Stasi, o serviço secreto da antiga Alemanha Oriental, e da velha russa KGB. Arthur Brand foi atrás da real história dos três cavalos de bronze, tidos há muito como destruídos. Obras do escultor alemão Josef Thorak, um dos favoritos de Hitler, as estátuas mediam quase 3,5 de altura. Nesse mergulho no submundo nazista, ele descobriu que, ao contrário do que mostravam todos os registros, tais esculturas não apenas se mantiveram intactas como vinham sendo comercializadas ilegalmente por décadas.

Os caminhos pelos quais rodaram esses cavalos – e várias outras obras de arte desaparecidas desde a II Guerra – são de dar calafrios. A notícia de sua descoberta correu mundo afora em 2015, quando ninguém ainda sabia como as esculturas e outras obras chegaram ao depósito onde foram encontradas. Publicada em fevereiro pela Ebury, a edição inglesa do livro de Brand ganhou resenhas excelentes dos jornais britânicos “Telegraph” e “The Times”, e o “Daily Mail” publicou dois trechos da narrativa, disponíveis aqui e aqui.

Arthur Brand é pesquisador especializado em arte e antiguidades e o mais proeminente investigador do ramo na Holanda. Algumas de suas descobertas foram noticiadas mundialmente, como pinturas de Salvador Dalí e Pablo Picasso e um anel roubado de Oscar Wilde. Estima-se que o valor total dos casos resolvidos por Brand somem mais de 220 milhões de euros.