ESCREVER E SE PERDER

Miguel Sanches Neto, autor de A BÍBLIA DO CHE (Companhia das Letras), entre muitas outras obras, oferece ao blog sua Frase Sublinhada na página 315 do “Livro(s) do desassossego” (Global, 2015), de Fernando Pessoa, e comenta: “A escrita como uma forma de me depreciar diante de mim mesmo, uma vez que o texto fica sempre aquém do que desejo, é um investimento de vida, de uma vida, algo que se obtém na medida em que se perde. Um jogo perverso contra o Eu, em todos os sentidos.”

“Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? […] Para mim, escrever é desprezar-me. […] Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda.”