Yasmin Ribeiro
Los Angeles Review of Books publicou longa resenha da produtora, escritora e artista americana Kathelin Gray sobre o ensaio O NOVO ILUMINISMO E A LUTA PELA LIBERDADE DO CONHECIMENTO (The New Enlightenment and the Fight to Free Knowledge), do escritor e documentarista americano Peter B. Kaufman, professor na organização Open Learning do MIT. Publicado em fevereiro nos EUA pela Seven Stories Press e recomendado pelo MIT, o livro é absolutamente relevante no debate sobre a liberdade e o direito humano universal à informação.
Peter B. Kaufman discorre sobre como a informação tem sido controlada desde a invenção da imprensa até os dias de hoje. Papas e inquisições, imperadores e carrascos, comissários e a polícia secreta — ao longo da história, a maioria das autoridades encontrou formas de controlar a informação pública e manter seu poder sobre o povo, sempre em nome de um suposto bem maior. Kaufman escreve sobre os tempos em que a Bíblia não podia ser traduzida, sob pena de morte na fogueira, e sobre quando dicionários, enciclopédias, literatura e livros sobre ciência e história eram censurados junto a seus autores.
De acordo com o autor, no século XXI, os inimigos do pensamento livre vêm disfarçados de gigantes corporativos, espalhando agências de segurança nacional pelo mundo e driblando as comissões reguladoras. Sem nenhum tipo de ética ou senso de responsabilidade social, a vigilância das novas autoridades não seria nem de longe menos sinistra do que a de seus antecessores arcaicos.
Além da primorosa pesquisa histórica, O NOVO ILUMINISMO guia os pensadores de hoje para questionar a manipulação e o controle autoritário da informação, numa tentativa de democratizar o conhecimento. Graças à internet, Kaufman explica, é possível vencer a batalha para garantir o direito à informação. Ele propõe um sistema dinâmico de acesso à informação, a ser atualizado e corrigido conforme surjam novos fatos e descobertas, tal como uma Wikipedia 2.0.
Kaufman vislumbra um novo contrato social para a sociedade atual e sua cultura intensamente imagética. Mais do que um ensaio sobre o controle da informação, O NOVO ILUMINISMO é um convite à luta coletiva pelo direito universal ao conhecimento, ainda um privilégio nesse mundo contaminado por governos autoritários ou teoricamente democráticos sustentados por mentiras e violência.
