No Dia Internacional da Mulher, a professora de História Marina Rezende é a convidada do blog da VB&M para deixar uma dica literária, e ela recomenda “Só garotos” (Companhia das Letras), memórias da grande Patti Smith, guitarrista, cantora, escritora. O pano de fundo é o romance da autora com o brilhante fotógrafo libertino Robert Mapplethorpe, que veio a falecer de Aids em 1989, duas figuras icônicas da contracultura norte-americana dos anos 70.
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Devo admitir que sou ré confessa, muito pouco ou quase nada sabia sobre Patti Smith e Robert Mapplethorpe, nunca fizeram parte do meu universo de interesse artístico e, por isso, não sabia o que esperar de um livro que contasse a história dos dois. Pode ser que esse livro seja destinado aos amantes da cena artística nova-iorquina dos anos 1960-1970, mas, certamente, foi escrito para todos aqueles que fazem escolhas na vida. “Só Garotos” (Cia das Letras) é a autobiografia de Patti Smith, que narra de maneira fluida e sensível sua trajetória no mundo artístico e nos caminhos da vida, permeada pelo forte e honesto amor que construiu com o fotógrafo (e tantas outras coisas) Robert Mapplethorpe. A narrativa seduz pela maturidade e leveza com a qual a autora avalia as escolhas e oportunidades que surgiram na sua jornada, mesmo em passagens tão difíceis. Do específico ao universal: é um livro sobre a vida uma estrela do rock norte-americana, mas fala sobre todos nós.