QUALQUER AMOR É UM POUQUINHO DE SAÚDE

 

Este blog inaugura uma nova coluna: Frase Sublinhada, que trará, diretamente das bibliotecas de autores e outros amigos da agência,  trechos de livros que os tocaram e que foram por eles sublinhados. A estreia é de Francisco Azevedo, que no próximo dia 10 lança seu quarto romance, A ROUPA DO CORPO, numa live com o livreiro Marcus Gasparian, da Argumento, e a escritora Andrea Pachá. Chico oferece de presente um trecho sublinhado de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.

A ideia é rememorar linhas clássicas da literatura, frases iluminadoras e de grande realização estética, mas cada trecho sublinhado revelará um pouco também de quem ali marcou indelevelmente o seu volume da obra literária. Para atender à nossa solicitação, Chico foi direto à estante e tirou da prateleira seu “Grande Sertão”, edição da Nova Fronteira de 2006. Abrindo o livro ao acaso na página 272, encontrou o trecho que vai a seguir. “A pergunta (que inicia o trecho dentro do retângulo) é tão hoje”, comentou. Também a penúltima frase: “Qualquer amor é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.”

“Todos estão loucos, neste mundo? Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente – o que produz os ventos. Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. Deus é que me sabe.”