Jane Austen é a protagonista do mais novo título da muito bem sucedida coleção de romances femininos da editora Aufbau, Grandes Mulheres entre a Arte e o Amor. Catherine Bell é a autora de JANE AUSTEN E A ARTE DAS PALAVRAS e Conversa com (A)Gente sobre esse imenso fenômeno da literatura britânica, numa entrevista a seus editores alemães, traduzida pela VB&M para os seguidores do blog (cujas edições 2021 terminam nesta sexta-feira, 10 de dezembro, para só voltar em janeiro de 2022). A ser publicado na Hungria, República Tcheca e na Polônia, o romance biográfico de Bell se debruça sobre a juventude da escritora inglesa entre o final do século XVIII e o início do século XIX, os problemas financeiros de sua família, seu romance infrutífero com o jovem estudante Tom Lefroy e a luta que travou para publicar seus livros até se tornar uma autora estabelecida. Acabou por tornar-se um dos maiores ícones literários de todos os tempos, adorada internacionalmente, com batalhões de fãs em muitos países, inclusive no Brasil. Com seu romance, Bell lança um novo olhar sobre Jane Austen.
AUFBAU: Como você chegou a uma nova Jane Austen ao escrever seu romance?
CB: Eu conhecia muito pouco sobre Jane Austen como pessoa. Na verdade, meu conhecimento resumia-se ao fato de que ela era filha de um vigário – e, é claro, a época em que viveu. Mas eu não sabia que ela teve problemas com dinheiro, que se apaixonou e se decepcionou, mas acima de tudo eu desconhecia que tivesse levado a vida com tanta determinação, embora por vezes de forma duvidosa, em um tempo quando pouquíssimas mulheres ousavam fazê-lo.
AUFBAU: Como foi seu primeiro contato com a obra de Jane Austen?
CB: Quando visitei a Inglaterra em 1997, dei de cara com uma adaptação de “Emma” com Kate Beckinsale na televisão. Fiquei empolgada e, de volta à Alemanha, li “Mansfield Park” e, é claro, “Emma”. Mas eu não terminei de ler toda a obra de Austen até muitos anos depois, em 2008, quando engravidei de gêmeos e recebi a dica valiosa da minha irmã mais velha para descansar o máximo possível antes de os bebês nascerem. Passei então a primavera e metade do verão na minha varanda em Prenzlauer Berg. A poucos metros de mim, o metrô fazia o chão tremer e o trânsito na rua ficava engarrafado o dia inteiro – ainda assim, eu estava completamente imersa no mundo de Jane Austen. Aliás, meu romance favorito em sua obra é “Persuasão”.
AUFBAU: O que você admira em Jane Austen – como mulher e como escritora?
CB: Primeiro de tudo, seu talento. Sua determinação para se estabelecer. Sua capacidade de acreditar em si mesma, em suas habilidades literárias. E o fato de que se permitia guiar pelo desejo de escrever, mesmo que houvesse tantos fatores contrários a ela naquela época.
AUFBAU: O que os fãs dos romances de Austen podem esperar do seu livro?
CB: É claro que eu adoraria trazer nova luz à vida de Jane Austen – mas os “Janeítes” de carteirinha já sabem os pontos-chave de sua trajetória. Se um ou dois leitores aproveitarem a imersão na história de Jane e não na de seus personagens, eu sentirei um pouquinho de orgulho. Uma vez que não se sabe muito sobre os estágios de sua vida, entretanto, tive de preencher as lacunas com minha imaginação. Espero não ofender ninguém com isso – e ao mesmo tempo atiçar a curiosidade daqueles que só conhecem as adaptações da obra de Jane Austen para o cinema (que quase sempre são fantásticas). É sempre uma boa ideia comprar um romance dessa grande escritora!