A CHEGADA DE BAVIERA TROPICAL

 

A CHEGADA DE BAVIERA TROPICAL

Um dos mais esperados lançamentos do ano, BAVIERA TROPICAL, sensacional reportagem de Betina Anton (@betina_anton) sobre a rede de apoio que viabilizou a quase serena vida do “médico” nazista Josef Mengele no Brasil por longos 18 anos, está desembarcando amanhã nas livrarias de todo o país pela Todavia (@todavialivros). O evento de lançamento será no sábado, 11/11, na Travessa do Shopping Villa-Lobos, em SP, às 16h, com bate papo entre a autora e o cientista social Daniel Douek (@ddouek), mediado pela tradutora Isadora Sinay (@isasinay).

Ontem, a Folha de S. Paulo (@folhadespaulo) deu longa matéria sobre o livro assinada por Walter Porto (@walter.porto) que, entre muitos elogios à acuidade da pesquisa e da escrita de Betina, chama atenção à forma de thriller adotada pela autora para responder à onipresente pergunta da narrativa: “como isso foi possível?” Como foi possível que Mengele seguisse incólume no Brasil até o fim da vida? Há dez dias, Betina teve excelente Diálogo com Mario Sergio Conti na GloboNews sobre esse tema, com notável repercussão.

https://globoplay.globo.com/v/12067415

Diga-se que a rede de apoio ao Monstro de Auschwitz era composta praticamente toda de imigrantes da Áustria e da Hungria chegados a São Paulo no imediato pós-guerra, enquanto ele mesmo só assomou por aqui no início dos anos 60, fugido da Argentina, de onde o serviço secreto israelense, o Mossad, sequestrara para julgamento em Jerusalem outro nazista famoso, Adolf Eichman – um fichinha em matéria de atrocidades se comparado com Mengele. Aliás, também sobre o Mossad, o livro de Betina traz revelações impressionantes.

Recentemente, Walter Maierovitch escreveu artigo no UOL comentando a falha do Mossad que permitiu a bárbara invasão do Hamas a Israel um mês atrás, fazendo em seguida uma lista de outros erros graves do serviço secreto. Não listou, porém, o fracasso do serviço na captura de Mengele. BAVIERA TROPICAL tem dois capítulos geniais, thriller de verdade, sobre tentativas do Mossad de pegar Mengele em São Paulo. Betina entrevistou o mítico Rafi Eitan, antigo chefe do serviço secreto e responsável pela exitosa operação Eichman, que faleceu em 2019. Nem em suas memórias, Eitan revelou os erros que permitiram que o Monstro sempre escapasse dos israelenses, mas a Betina contou até quem foi o brasileiro recrutado num kibutz para atuar na operação Mengele – alguém precisava falar português, claro. Esse brasileiro, que também faleceu há poucos anos, conversou longamente com a autora, dando as bases dos capítulos, que para quem gosta de história de espionagem são imperdíveis. Enfim, leitura muito enriquecedora sob todos os aspectos, o livro de Betina Anton está vendido para tradução em oito idiomas, incluindo o inglês nessa lista, e mais.