A UTOPIA DE NARA

 

A UTOPIA DE NARA

Nara Vidal (@_naravidal), finalista dos Prêmios Jabuti e São Paulo com seu último romance, EVA (@todavialivros), participou ontem da primeira edição do Festival da Utopia (@festivalutopiabraga), em Braga, Portugal. Ela participou da mesa “Em que língua escrevo o português?” junto às também escritoras e imigrantes Carla Muhlhaus (@carla_muhlhaus) e Manuella Bezerra de Melo (@manubezerrademelo). Em seu instagram, Nara fez a seguinte proposição para o encontro: “O conceito da padronização da língua portuguesa vem, rapidamente, se transformando e atende a demandas de dinâmicas e movimentos geográficos e culturais cada vez mais evidentes de expansão. O fluxo migratório, sempre tão complexo e íntimo, é um exercício de reflexão sobre a amplitude dessa língua portuguesa falada dentro de Portugal. O artista e escritor angolano Kalaf Epalanga nos provoca dizendo que o futuro da língua portuguesa é brasileiro e africano. Ou seja, o futuro da língua portuguesa será negro. Esse pensamento se alinha aos estudos da filósofa e feminista brasileira Lélia Gonzalez que cunhou o termo pretuguês, hoje revivido como conceito de valorização linguística e cultural de grupos e comunidades que propõem, ativamente, a quebra do eurocentrismo da língua do colonizador. Como é, portanto, para escritoras brasileiras
que produzem literatura em Portugal? Uma literatura que não se reduz à diáspora porque o conceito da língua se transforma? Como é inserida e lida a obra de autoras imigrantes como Carla Muhlhaus e Manuela Bezerra de Melo em tempos tão combativos e de quebra de paradigmas linguístico, econômico, político e cultural?” Ouvimos dizer que foi maravilhosa a mesa.