UGO BRAGA LÊ MARIO VARGAS LLOSA

Ugo Braga, jornalista e autor de GUERRA À SAÚDE (Leya), abre a semana do blog recomendando a leitura de “Pantaleão e as visitadoras” (Alfaguara), de Mario Vargas Llosa.

Há alguns anos eu nutro uma formidável idolatria por Vargas Llosa. Desde que li “A guerra do fim do mundo” (Alfaguara). É a história de Canudos. Mas não só isso. É a melhor história de Canudos. Por alguém que, diferente de Euclides da Cunha, não a presenciou. Então não resisti sequer à sinopse de “Pantaleão”. Em resumo, é a história do serviço de satisfação sexual oferecido pelo Exército peruano aos seus soldados escalados para a Amazônia profunda. Serviço posto aos cuidados do capitão que dá nome à obra. Llosa não teve escolha, a não ser narrar apoiado na comédia. A própria existência do serviço de “visitadoras” empurra a coisa toda para o non sense, para o surreal. Mas ele, de fato, existiu, na década de 50. Lê-lo, como posto, pela pena de Llosa, vem reforçando a minha crença de que a gargalhada é a mais ofensiva das reações humanas.